quinta-feira, 10 de junho de 2010

O sorriso da sociedade

"A literatura é como o sorriso da sociedade. Quando ela é feliz, a sociedade, o espírito se lhe compraz nas artes e, na arte literária, com ficção e com poesia, as mais graciosas expressões da imaginação. Se há apreensão ou sofrimento, o espírito se concentra, grave, preocupado, e, então, história, ensaios morais e científicos, sociológicos e políticos, são-lhe a preferência imposta pela utilidade imediata. A literatura de um povo não denuncia apenas sua sensibilidade e sua inteligência, senão suas condições de vida, feliz ou apreensiva, ou sofredora, sofrimento moral, político, econômico. Seria absurdo que a flor, na ponta do galho, não dependesse de raiz obscura, no seio profundo da terra..."

Trecho de um livro que acabei de ler. Isso foi dito por Afrânio Peixoto numa reunião literária em 1915 numa escola do Rio. Ele fazia parte do mundo literário da belle époque carioca, quando Machado de Assis, Olavo Bilac, Graça Aranha, Joaquim Nabuco, entre outros, imitando Paris, fundaram a Academia Brasileira de Letras em 1897. Tentavam fazer do Rio (capital brasileira na época) a Paris tropical, será que conseguiram?

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